segunda-feira, 30 de março de 2015

A América Colonial.

A América Portuguesa – Séculos XVI e XVII - economia e sociedade.

1- O caráter missionário da colonização→ Expansão da fé católica
   . Atuação dos Jesuítas→ defesa contra a escravização indiscriminada e exploração dos indígenas (em aldeamentos) pelos padres.
   . Mas, o escravo indígena existiu largamente, principalmente no século XVI: a “guerra justa”→ contra os indígenas que não se aldeavam e assim podiam ser escravizados.

2- A Escravidão Africana: razões para sua adoção
   Plantation: Necessidade de mão de obra→ pouca população portuguesa (além das terras disponíveis para estes produzirem independentemente na América)
  . Posição da igreja contra a escravização indígena
  . Inserção dos comerciantes portugueses (ou “brasileiros”, “africanos” e outros da Europa) no comércio de escravos.
  . Escravo: presentes em larga escala no reino. Escravidão também justificada pela cristianização dos pagãos.
  . As diferentes faces da escravidão→ da violência indiscriminada as relações de lealdade. As hierarquias dentro das senzalas→ diferenças étnicas que permaneciam na América.

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4- A União Ibérica (1580-1640)→ Portugal dominado pela Espanha.
4.1- Sem efeito o Tratado de Tordesilhas→ facilitação do avanço para o interior pelos portugueses, fortalecendo a prática dos pecuaristas.
4.2- Inimigos da Espanha sobre as possessões portuguesas→ Invasão holandesa na Bahia (1624-1625), Pernambuco (1630-1654) principal área produtora de açúcar, e nas possessões orientais e africanas.
4.3→ Holandeses em Pernambuco: protestantes→ a “liberdade religiosa”. As alianças com os indígenas. A “insurreição Pernambucana”→ Guerra entre grupos portugueses, holandeses, indígenas e negros.
4.4→ O socorro das elites americanas às praças africanas e a baixa iniciativa do reino português (pacto de não agressão com a Holanda).
4.5 → A insatisfação dos colonos;
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A Insurreição Pernambucana - Pintura de Victor Meireles (1831-1903)

5- Formas de interiorização da colonização→ a busca das “drogas do sertão” (Amazônia), a pecuária e os bandeirantes (busca por indígenas e por minas).




A colonização inglesa, francesa e holandesa (séculos XVI – XVII):
1- O caso francês:

a) Primeira potência a contestar o Tratado de Tordesilhas.

b) Tentativas de colonização no século XVI  frustradas.

c) Conquistas efetivas: século XVII  comércio com indígenas na América do Norte / Caribe ex. Haiti→ plantations.



2- O caso Holandês:

a) busca por áreas produtivas. Ex. a invasão a Pernambuco (séc. XVII)

b) colonização por Cias de Comércio (Índias Ocidentais/Orientais)

c) a conquista de ilhas caribenhas (século XVII)  açúcar



3- O caso Inglês:

a) Fins do século XVI: expedições ao Norte da América.

b) Ocupação de territórios americanos → séculos XVII e XVIII

No norte:

Importante: São 13 colônias, independentes entre si.

Cias de comércio e doações para indivíduos particulares;

- Formas de ocupação diversas:

   - norte: migração de puritanos (calvinistas) produção mais familiar, muitas pequenas propriedades. Clima frio→ sem  gêneros tropicais. Desenvolvimento dos comerciantes→ o comércio triangular com outras colônias

       - Sul: Clima tropical produtos mais rentáveis. Grandes propriedades. Século XVII / XVII produção pela ‘servidão por contrato’, substituída pelo escravismo. →plantation

- a expansão das colônias para o Oeste por parte dos colonos

Relações metrópole-colônia nas 13 colônias: capacidade de Auto-Governo (Assembleias, relativo controle de administradores)

c) Século XVII – domínio sobre ilhas antilhanas. Ex. Jamaica→ plantation

Economia colonial



- A relação Metrópole-Colônia é representada através das relações econômicas tipicamente mercantilistas (o “Antigo Sistema Colonial”), com a colônia servindo apenas para gerar os maiores lucros comerciais possíveis, com exclusividade metropolitana, como no esquema acima. Mas, apesar de verdadeira tal relação exploratória, podemos afirmar que houve:
  
. uma importante produção para o consumo interno (pecuária, que se desenvolveu fora da faixa litorânea e foi importante para a conquista dos “sertões”) → Interiorização da colonização, muitas vezes com o trabalho de homens livres e pobres e indo para além do Tratado de Tordesilhas.

. Plantation→ Latifúndio agroexportador, monocultor e escravista. Havia outros tipos de unidade produtiva e por vezes as plantations tinham uma pequena parte com produção diferenciada (ex. mandioca para consumo da fazenda/ dos escravos→ brechas para produção de subsistência nas plantations escravistas).
 . brechas nas relações comerciais (como o contrabando);
    

. comércio intracolonial: trocas entre América (açúcar e cachaça), África (escravos e especiarias) e Ásia (especiais e tecidos)).      

domingo, 15 de março de 2015

LISTA DE EXERCÍCIOS

Lista de Exercícios de história (nº1):
1.       O que é história?
2.       O que são fontes históricas?
3.       No decorrer das aulas assistimos o vídeo intitulado “Os perigos da história única”. Na sua opinião, quais são os prejuízos que uma “história única” pode trazer?
4.       O que é história? Por que não podemos fazer generalizações sobre a história da África?
5.       O que é o etnocentrismo?
6.       Por que podemos afirmar que o conceito de raça entre os seres humanos foi ultrapassado?
7.       Cite e localize geograficamente 3 impérios que existiram na América antes da chegada dos europeus.
8.       Por que podemos dizer que na Idade Média na Europa foi caracterizada pela descentralização política?
9.       Diversos fatores auxiliaram a centralização política realizada pelos reis em fins da idade média (séculos XIV e XV). Cite e explique um desses fatores.
10.   A Idade Média e o Período Moderno se caracterizaram pela “divisão estamental da sociedade”. Explique o que era essa divisão e o que a justificaria.

Lista de Exercícios de história (nº2):
1-      Por que o conceito de “absolutismo” é cada vez menos utilizado para defenir as monarquias modernas?
2-      O que era a visão “corporativa” da sociedade presente no Período Moderno (séculos XVI-XVIII)?
3-      Apresente um fator que poderia desautorizar a concessão do título de nobreza para um indivíduo.
4-      Cite um fator que auxiliou Portugal no seu processo de centralização política.
5-      O que foi o Tratado de Tordesilhas (1494)?
6-      Caracterize um fator que auxiliou a expansão marítima portuguesa dos séculos XV/XVI.
7-      Apresente um fator que auxiliou a Conquista da América pelos espanhóis.
8-      Caracterize o sitema de Capitanias Hereditárias.
9-      O que o governo português almejava ao criar o Governo-geral da Bahia?

10-   Quais eram as funções das Câmaras Municipais do Período Colonial? Que homens ocupam tal espaço?
A expansão e a colonização espanhola na América (Sécs XV - XVII):

1- A conquista espanhola:
a) Colombo  1492 nas Antilhas (Caribe) achando estar no Oriente (Índias)   evidências de riquezas (ex. ouro).
b) As diferentes formas de “conquista da América” guerra, negociações e exploração das rivalidades das sociedades indígenas.
c) O choque bacteriológicomortalidade de ¾ da população indígena.

2- A colonização: diversidade geográfica e humana:
a) Características econômicas regionais:
-Plantations (grandes propriedades monocultoras com exploração de mão-de-obra escrava) predominantemente nas Antilhas e em regiões como o “Brasil Colonial”.
- Áreas de mineração (atuais Peru, Bolívia e México)  trabalhos compulsórios de indígenas (mita nos Andes e quatequil no México) similares aos anteriores à conquista  desenvolvimento de cidades nestas áreas
-Pecuária na região do Rio da Prata
- O comércio entre as colônias (mesmo que de forma irregular).



A América Portuguesa nos séculos XVI – XVII.

1- Etapa Inicial: 1500-1530→ Sem ocupação do território. Construção de Feitorias e Fortalezas. Economia: Exploração de Pau Brasil e escambo com os indígenas. Foco da colonização portuguesa: Oriente.

2- Pós 1530: ocupação efetiva→ Risco de perda para outras potências.
Busca de metais preciosos e plantio das primeiras canas de açúcar.

2.1- Administração do território:

- Criação das Capitanias Hereditárias:
   . colonização delegada a particulares. Sistema já testado nas Ilhas Atlânticas (assim como o cultivo da cana de açúcar).
   . Capitão donatário: autoridade máxima, com funções como as de um governador (cobrava impostos, fazia a justiça e etc)
    . Principal missão: promover o povoamento e a produção.
    . O sistema não resultou no esperado, exceto em S. Vicente e Pernambuco. Apesar disto, donatários existiram até o século XVIII.



- Criação do Governo-Geral na Bahia (1549):
   . resguardar e controlar a posse.
    . Regimento (carta que instituía os poderes do governador geral) → dava amplos poderes.
   . Com o tempo novas instituições e cargos foram surgindo (novas capitanias e governadores, ouvidores, secretários, etc.).
   . Algumas vezes o governo geral foi dividido com o Rio de Janeiro.

- Criação do Estado do Maranhão e Grão-Pará (1621)→ governo separado.
    . Diferenças econômicas entre Amazônia e Nordeste
    . Maior facilidade de contato com Lisboa que com Salvador (correntes marítimas e os ventos).

- Fundação de Vilas→ surgiam Câmaras Municipais:
   . Local de exercício do poder dos “homens bons” (elite colonial, que se apresentava como “nobreza da terra”, os grandes latifundiários pioneiros).   

   . Cuidavam da administração local, cobravam impostos, concediam licenças de comércio e negociavam com as autoridades ou mesmo com o rei de Portugal.
O Antigo Regime (séculos XVI-XVIII) ou “Período Moderno”:

Marcos do Fim da Idade Média: Descoberta da América (1492) / O Renascimento Italiano / A fundação da Igreja Luterano (1521).


O Renascimento:

Nascimento nas cidades italianas – prosperidade econômica
Fenômeno presente em grande parte da Europa Ocidental (séculos XIV – XVII)
Projeto de revitalização das tradições culturais da antiguidade, que acabou criando novas formas artísticas, culturais e científicas
O movimento: autoconsciência de sua importância e desprezo à Idade Média.
Crítica à igreja católica e Antropocentrismo.
Influência dos textos trazidos de Constantinopla (ocupada pelos Turcos Otomanos)
Sua herança: artes, filosofia (humanismo), ciências e no direito.
Política: Renvação política e formação das “Câmaras de Governo”





O Processo de formação dos Estados modernos (ou “monarquias absolutistas”) – Séculos XIV-XVI - se deu pela união de diversos fatores:
A guerra dos 100 anos (França e Inglaterra – 1337 – 1453), que por sua duração trouxe: impostos permanentes, o fortalecimento do exército do rei e de sua burocracia.
Neste cenário de crise houve várias revoltas camponesas.
A nobreza e o clero, ameaçados pelas revoltas populares apoiaram o rei.
Burguesia: desejava o apaziguamento, a constituição de mercados, a unificação da moeda e dos impostos → apoio ao rei.


O reis eram Absolutistas?


Os limites do poder real:

-visão corporativa da sociedade: os limites do “absolutismo” (séculos XV-XVII) – “O rei como cabeça não pode governar sozinho” = O rei deveria respeitar os direitos das partes, ou seja, deveria respeitar cada parte do “corpo social”.

- as teorias explicativas desta “novidade” (o “Estado”) – os contratualistas (o povo cede sua liberdade para receber a paz, o que caracterizaria um “contrato social”).

Principais contratualistas:
Thomas Hobbes (1588 – 1679) – Acreditava que “o homem é o lobo do homem”, portanto, que o homem era mau por natureza. Dado isto, sem governo e com liberdade, a humanidade viveria em permanente estado de guerra, sendo necessário um rei que colocasse ordem através da força, colocando assim os homens em relativa paz social.

John Locke (1632 – 1704): Para este pensador, o homem vivia em relativa liberdade mas acabou por aceitar governos dada a necessidade de proteção aos direitos individuais.




O Ethos Nobiliárquico (ou “o comportamento da nobreza”):

Nas sociedade de Antigo Regime os homens podiam ser classificados de acordo com suas “qualidades”. Neste sentido qualidade significava fidalguia, nobreza, riqueza e status. O trabalho braçal era visto como degradante e imprópio. Surgiram assim dois defeitos tardo-medievais para qualificar os homens, nomeadamente o “defeito de Sangue” e o “Defeito mecânico”.

Defeito de Sangue: Ser descendente de não cristãos católicos (nas monarquias católicas), infiéis ou de pessoas que cometeram atos “impuros”, acabando assim com o nome da família e portanto com a fidalguia – coceito muito forte em Portugal.

Defeito mecânico: Executar trabalhos manuais ou ser subordinado a não nobres.

Um indivíduo que não tivesse título de nobreza e quisesse reivindicar um para si deveria provar que não tem tais defeitos. Quando tais defeitos fossem encontrados apenas o rei porderia perdoa-los.

Ser nobre nas Sociedades de Antigo Regime possibilitava a participação na Sociedade Política, facultando rendas e privilégios. Em muitas regiões periférias, como em colônias como a do Rio de Janeiro, estes homens se auto-facultavam o título, arrogando-se de serem a “nobreza da terra”, fato que deveria ser reconhecido pelos seus pares. Muitas vezes mesmo o rei reconhecia este tipo de nobreza. Mas, para isto estes homens deveriam se comportar – ou ao menos parecerem se comportar – como os nobres da Corte.





 A formação e a expansão dos países ibéricos (Portugal e Espanha)

1.1 A constituição de “Portugal” e da “Espanha”:
a)Península Ibérica: Domínio Mouro (VIII – XII) – Portugal: domínio cristão pela “Guerra de Reconquista” (cruzada). Em 1139 o Ducado Portucalense torna-se um reino autônomo.
b) A burguesia portuguesa participando do comércio de especiarias para a região dos Flandres (norte da Europa).
c) Espanha – Reunião de vários reinos → casamento de Fernando de Aragão e Isabel de Castela (1469).
d) O acordo entre Castela e Portugal sobre a continuação das conquistas: A não possibilidade dos portugueses avançarem para o Leste da Península. O tratado de Tordesilhas (1494) apoiado pelo papa – a divisão entre Portugal e a Espanha das terras a se conquistar.



1.2 A expansão portuguesa:
a) Espírito cruzadístico e comercial
b) África Ocidental:
- início do século XV – ocupação das ilhas atlânticas e conquistas no norte da África → plantio da cana-de-açúcar (produto tropical muito valorizado na Europa) com mão-de-obra escrava negra.
 - Busca de metais, marfim e especiarias. A inserção no comércio de escravos
 - A ocupação limitada a fortalezas e feitorias.
- A Relação com soberanos locais – a diferentes formas de negociação da presença portuguesa
- 1488 – a conquista do “Cabo das Tormentas”, então “Cabo da Boa Esperança”.
c) África Oriental e na Ásia:
 - o encontro com grandes redes de comércio (mulçumanas, africanas, mongóis e etc.)
- as várias estratégias de domínio: negociação, guerra, suborno e etc.
 - conquistas na Índia → A construção da capital Goa como “cabeça” do Império Português no Oriente.
 - Expansão na China (construção da cidade de Macau), no Japão, Golfo Pérsico e Málaca (malásia)
 - A importância das carreiras administrativas → experiência e domínio para a manutenção/expansão das conquistas.
 - As várias formas de colonização → o império formal e o informal (“portugueses” em áreas não administradas pela coroa portuguesa).



segunda-feira, 9 de março de 2015

A Europa do Século XV:



01- A Europa Ocidental Medieval (Séculos V - XV)
a) Aspectos políticos:
   - Descentralização
   - As lutas permanentes entre os nobres.
   - Rei: senhor nominal
   - Os pactos de vassalem
b) A vida social
   - A divisão estamental 




  - Servidão, coação e ruralização

c) Economia rural, baixa circulação de moeda e comércio limitado













02- As mudanças a partir do século XI – A “baixa idade média”:

a) Renascimento comercial:
   - Aumento da produtividade agrícola (excedentes)
   - Aumento populacional
   - O movimento das cruzadas: intensificação dos contatos com África e Ásia

b) Renascimento  urbano:
   - Crescimento dos burgos: a questão da autonomia das cidades
   - Surgimento de novos grupos sociais: burgueses: artesãos, comerciantes, banqueiros e burocratas

3) A crise do feudalismo no século XIV
a) Aspectos:
- quebra de colheitas: fome
- peste bubônica: morte de 1/3 da população
- Guerras e revoltas camponesas: instabilidade e morte nos campos
b) Efeitos da crise: enfraquecimento da nobreza feudal



 



A América "antes" da América.

Américas: séculos XV e XVI.
























Imagem do códice Tlaxcala, século XVI.



A América antes da América (sécs. XIV e XV)

- Mesoamérica  – região pioneira no desenvolvimento da agricultura.
-Há pelo menos 1000 anos havia amplo grau de excedente agrícola na Mesoamérica e na região andina
    
 1- Os Maias:

Rica civilização, com refinada escrita, arquitetura e matemática;
Auge no século IX;


 2- Astecas:

Herdeiros de outros Estados, como o Maia;
Império em expansão militar desde 1425.
Tributos sobre a produção e os trabalhos compulsórios;
Domínio sobre outros povos;






  3 – Incas:

Império – formação em cerca de 1438 ;
Amplo território, com grande diversidade geográfica;
Império em plena expansão quando da chegada dos espanhóis;
Principal tributo: mita;
Inca: chefe estatal divino;
Domínio sobre outros povos
Império altamente controlado, diferente do Asteca, mais descentralizado; 
Sistema sofisticado de controle econômico;


4 - Grupos indígenas que habitavam a futura América Portuguesa:
- Litoral – predomínio do tronco lingüístico tupi;
- Os conflitos tupis – tapuias (não tupis);
- Guerra e canibalismo (antropofagia) e seus fins rituais;

- Populações nômades e seminômades com diferentes culturas.