segunda-feira, 27 de junho de 2011

A Revolução Industrial (segunda metade do século XVIII):


a) Revolução do processo produtivo, que gerou enormes lucros para a nascente burguesia industrial, criou uma nova classe (os operários da indústria) e fortaleceu ainda mais a Inglaterra.

-b)  Inglaterra,
- a partir da década de 1780→ Inovações na produção (máquinas de fiar à vapor e posteriormente ferrovias, trens e navios). Surgimento das fábricas e grande aumento da capacidade produtiva.
- Razões para o pioneirismo inglês:
   . Acumulação de capital com o comércio naval e forte mercado interno.
   . O “cercamento dos campos”, que tomou maior força nos séculos XVII-XVIII→ As terras de uso tradicionalmente comunal passaram a ser vendidas e os camponeses que delas tiravam seu sustento tiveram que trabalhar por baixos por salários. O trabalho familiar foi substituído e surgiram novos métodos agrários, com a produção principalmente de lã. Os camponeses migravam para as cidades e foram a mão-de-obra das indústrias.
 
c) O mundo das fábricas:
- Fim de formas tradicionais de organização do trabalho e inversão da lógica produtiva: Não era mais o trabalhador que ditava o ritmo da produção, mas a máquina.
- Baixíssimos salários (também pela existência de um grande número de desempregados), sem qualquer tipo de proteção→  altíssimas jornadas de trabalho, super exploração, trabalho infantil e de mulheres (ainda mais mal remunerados) e insalubridade (poluição e trabalho sem proteção). – Situação de miséria.
- Grandes contingentes de trabalhadores (média de 500 por indústria).
-Insatisfação dos trabalhadores com o trabalho e com as condições de vida: sabotagens, quebra do maquinário e demonização da industrialização.
- Controle de trabalho e da vida privada dos operários.
 
o quadro "Os comedores de batata" (acima) de Van Gogh retrata a dura vida dos pobres na Inglaterra da revolução industrial. Notem a falta de comida, a precariedade, o sofrimento e o cansaço nos rostos... O tom sombrio da vida cotidiana também merece destaque.

d) Novas concepções econômicas:
O liberalismo econômico→ A fisiocracia: concepção filosófica criada principalmente por Adam Smith e influenciada pela atividade industrial e pelo iluminismo→ Baseava-se na crítica ao mercantilismo. Defende a existência de leis naturais de mercado, sendo a principal a “lei da oferta e da procura”, onde a concorrência traria benefícios indiscutíveis para a economia.
Adam Smith, "pai" do liberalismo econômico

FILME:
Oliver Twist - ROMAN POLANSKI

O filme se passa na Londres da Revolução industrial e retrata a vida de um garoto pobre. 

quinta-feira, 16 de junho de 2011

O iluminismo:


- Movimento intelectual e político que defendia o racionalismo e a transformação da sociedade.

- Localização: Século XVIII, especialmente na França e Inglaterra, influenciado pelo renascimento e as revoluções inglesas

-Princípios iluministas:
a) Valorização da razão e da capacidade humana de entendimento, expressa nas ciências → crítica ao poder da igreja e suas explicações sobre a vida.
b) O “direito natural”: Todos nascem iguais e com liberdade → crítica à organização da sociedade baseada nos ideais de prestígio e nascimento e, consequentemente, ao absolutismo.
c) Defesa do liberalismo político (liberdade de expressão e ideia de que o poder deveria vir do povo e servir ao povo, que teria direito a resistência à opressão) e econômico (não intervenção do Estado na economia).

- A filosofia iluminista não foi limitada aos círculos burgueses, esteve presente nos mais diversos espaços e grupos sociais. A circulação das ideias→ por panfletos, pela leitura coletiva, em sociedades secretas (ex. maçonaria) e nos espaços privados.

- Déspotas esclarecidos: Uso de alguns pontos do iluminismo por monarcas absolutistas (“déspotas esclarecidos”), principalmente os econômicos, para a melhoria das contas e algumas reformas administrativas (ex. caso português do Marquês de Pombal). 






Principais filósofos iluministas 
John Locke (1632-1704), ele acreditava que o homem adquiria conhecimento com o passar do tempo através do empirismo
Voltaire (1694-1778), ele defendia a liberdade de pensamento e não poupava crítica a intolerância religiosa; 
- Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), ele defendia a idéia de um estado democrático que garanta igualdade para todos; 
Montesquieu (1689-1755), ele defendeu a divisão do poder político em Legislativo, Executivo e Judiciário; 
- Denis Diderot (1713-1784) e Jean Le Rond d´Alembert (1717-1783), juntos organizaram uma enciclopédia que reunia conhecimentos e pensamentos filosóficos da época.
- Bento de Espinosa (1632–1672) - defendeu principalmente a ética e o pensamento lógico;
- David Hume (1711-1776) - foi um importante historiador e filósofo iluminista escocês. Refutou o princípio da casualidade e defendeu o livre-arbítrio e o ceticismo radical.
- Adam Smith (1723-1790) - economista e filósofo inglês. Grande defensor do liberalismo econômico.
- Gotthold Ephraim Lessing (1729-1781) - filósofo e dramaturgo alemão. Defendeu a liberdade de pensamento entre os cristão.
- Immanuel Kant (1724-1804) - importante filósofo alemão, desenvolveu seus pensamentos nas áreas da epistemologia, ética e Metafísica
- Benjamin Constant (1767-1830) - escritor, filósofo e político francês de origem suíça. Defendeu, principalmente, ideais de liberdade individual.

Rousseau

As Revoluções Inglesas (1640-1689

obs. este não é o esquema que coloquei na folhinha, aqui está o planejamento prévio que está maior, por isso ele teve "cortes"

Antecedentes: Século XVII→ Choques dos reis da dinastia Stuart com o Parlamento (dividido em câmara dos Lordes (alta nobreza) e Câmara dos comuns) pelos limites do poder real, em especial sobre impostos e a economia, além das Guerras Civis Religiosas entre católicos, anglicanos (apoiados pelo rei) e puritanos (calvinistas).

O rei, antes das revoluções

1625- conflito do rei com a Câmara dos comuns, ocupada pela pequena e média nobreza e por ricos comerciantes (gentry), contra o aumento de impostos sem consulta.
1628- O rei pressionado assina a “Petição dos Direitos” (Bill of Rights), mas não respeita o documento. Após isto, o Parlamento é fechado.

1640- O Parlamento é convocado para um grande aumento de impostos. De1640 a 1653- Parlamento buscando sem trégua controlar o rei e a igreja anglicana. Gentry→ desejosa de profundas reformas.

Irlanda (membro do Reino Unido, dominada pela Inglaterra)- se revolta aproveitando-se da crise. O Parlamento se recusa a financiar o exército para a repressão.
Guerra Civil→ vitória das tropas Parlamentares após três anos, com soldados vindos das camadas populares. O rei refugia-se na Escócia e é entregue por 40 mil libras.

mapa do Reino Unido - a parte em azul não pertence

A revolução se radicaliza→ Propostas de liberdade de comportamento e de maior participação política popular. Os grupos radicais: Os “Niveladores” (levellers) urbanos→ propostas de igualdade dos direitos
políticos. Os “escavadores” (diggers) no campo→ reivindicação de igualdade social e da produção agrícola comunal.

O rei e a nobreza escocesa se aliam para atacar o Parlamento→ o rei é acusado de alta traição e é decapitado. Terror na população, viam o rei como sagrado.

A República de Oliver Cromwell→ Cromwell, puritano, líder da câmara dos comuns, assume a liderança política, declarando a República. Governa de forma autoritária e reprime os levellers e os diggers. Retoma o controle da Irlanda e da Escócia. Em 1651, como o apoio do Parlamento, decreta o Ato de Navegação, lei na qual todo o comércio com a Inglaterra deveria ser feito ou por navios ingleses pelos navios do país produtor, eliminando assim os atravessadores (principalmente holandeses), fortalecendo as cias de comércio nacionais e a marinha. Em 1653 dissolve o Parlamento e governa com o título de “Lorde Protetor”, tornando-se um rei de fato. Seu governo foi bom economicamente, com vitórias militares (contra a Holanda), mas seu modelo político personalista era mal visto. Com sua morte seu filho não consegue manter o poder e Carlos II (da dinastia Stuart) assume o trono com o apoio do exército. Carlos II e seu herdeiro Jaime II, católicos, sofrem pressão por questões políticas e religiosas.

Oliver Cromwell

 A Revolução Gloriosa→ em 1688, a convite do Parlamento, Guilherme de Orange da Holanda, casado com a filha de Jaime II, chega a Inglaterra com um exército anglo-holandês. O exército e Jaime II se entregam e, sem derramamento de sangue, Guilherme é coroado e assina a “Petição dos Direitos”, criando o regime parlamentarista. Assim, o “rei reina, mas não governa”, fazendo surgir um compromisso entre os grupos dominantes pela estabilidade política, acabando com o absolutismo na Inglaterra


Debate da Revista de História da Biblioteca Nacional desvenda Sociedades Secretas

ISABEL LUSTOSA PARTICIPA DO ENCONTRO QUE ACONTECE DIA 28 DE JUNHO NA BIBLIOTECA NACIONAL
A Revista de História da Biblioteca Nacional (RHBN) promove no próximo dia 28 de junho, terça-feira, às 16h, debate sobre o tema “Sociedades secretas: mais mentiras do que mistérios”, matéria de capa da edição 69 da RHBN. O evento havia sido marcado para o dia 21 de junho, mas foi adiado, e ocorrerá na semana seguinte. 
O objetivo é discutir o que está por trás do clima de mistério que cerca organizações como Maçonaria, Bucha, Ninjas, Opus Dei entre outras. O evento terá a participação da historiadora e escritora Isabel Lustosa e do pesquisador Luís Fernando Messeder e integra a série Biblioteca Fazendo História, que acontece uma vez por mês.
O debate será realizado no auditório Machado de Assis da Biblioteca Nacional e terá transmissão pelo site www.institutoembratel.org.br e acompanhamento, em tempo real, pelo twitter da revista (@rhbn).
Os palestrantes
Isabel Lustosa é historiadora, escritora e atualmente atua como pesquisadora da Fundação Casa de Rui Barbosa. Luís Fernando Messeder é professor da Faetec e autor da dissertação “A Burschenschaft e a formação da classe dirigente brasileira na República Velha” (UFF).
Serviço
Biblioteca Fazendo História. 
Auditório Machado de Assis, Fundação Biblioteca Nacional (Rua México s/nº, Centro, Rio de Janeiro). 
Dia 28 de junho, às 16h.
 Informações: (21) 2220-4300, ramal 215. 
Inscrições no próprio local.
Entrada franca, com direito a certificado de participação.
Para mais informações sobre a Revista de História entre em contato com Luana Rocha luanarocha@belemcom.com.br ou Marlene Duartemarlene@belemcom.com.br, ou ligue para (21) 2555 8900. Siga-nos no Twitter @belemcom e no facebook.com/belemcom.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Sobre a polêmica do livro didático de português...

A discussão sobre o "preconceito linguistico" já está a muito tempo consolidada nas faculdades de letras. Para quem se interessar há o livro "Preconceito Linguístico", que é bem interessante.


BAGNO, Marcos. Preconceito lingüístico – o que é, como se faz. 15 ed. Loyola: São Paulo, 2002

Segue abaixo o texto de João Ubaldo Ribeiro sobre o assunto passado para nós pela direção do PVS:


A língua inglesa nunca teve
academias para formular
gramáticas ofi ciais e certamente
seria afogado no Tâmisa ou no
Hudson o primeiro que se atrevesse
a tentar impor normas de linguagem
estabelecidas pelo governo. Sua ortografi
a, que rejeita acentos e outros
sinais diacríticos, é um caos tão medonho
que Bernard Shaw deixou um
legado para quem a simplifi casse e lhe
emprestasse alguma lógica apreensível
racionalmente, legado esse que nunca
foi reclamado por ninguém e certamente
nunca será, apesar de algumas
tentativas patéticas aqui e ali. Ingleses
e americanos dispõem de excelentes
manuais do uso da língua, baseados
na escrita dos bons escritores e jornalistas
- e, quando um americano quer
esclarecer alguma dúvida gramatical
ou de estilo, usa os manuais de redação
de seus melhores jornais.
A segregação racial nos Estados Unidos
produziu um abismo linguístico
entre a língua falada pelos negros e a
usada pelos brancos. Durante muito
tempo, a língua dos negros foi vista
como uma forma corrompida ou degenerada
da norma culta do inglês
americano. Mas já faz tempo que essa
visão subjetiva e etnocêntrica foi substituída
e o inglês falado pelos negros
passou a ser visto pela ciência linguística
como “black English”, uma língua
perfeitamente estruturada, com
morfologia e sintaxes próprias, com
sua gramática e sua funcionalidade
autônoma, não mais como inglês de
quinta categoria. E essa visão não foi
acatada “de favor” ou para fazer demagogia
com a coletividade negra,
mas porque se tornou inescapável a
existência de uma língua falada por
ela, efi caz na comunicação de informação
e emoção e que prescindia, sem
que isso fi zesse falta, de determinados
recursos do inglês dominante.
Todos nós, com maior ou menor
habilidade, falamos várias línguas,
ou dialetos, dentro da, digamos, língua-
mãe. Falamos língua de criança,
língua chula, língua de solenidade.
Podemos não chegar a falar todas as
muitas línguas à disposição, mas geralmente
as entendemos, como, por
exemplo, quando ouvimos um caipira.
Essas línguas, em padrões de variedade
quase infi nita, são todas legítimas,
não são “erradas”, pois, em rigor,
nenhuma língua que funcione realmente
como tal é “errada”. E, muitas
vezes, ao falarmos “certo”, estamos na
realidade falando inadequadamente,
como um orador que, num comício
no Mer cado de Itaparica, se esbaldasse
em proparoxítonas, polissílabos
e meso - clises. Eu mesmo falo itapariquês
de Mercado razoavelmente bem
e alguns entre vocês, se me ouvissem
lá, talvez tivessem difi culdade em entender
algo que eu dissesse, por exemplo,
a meu amigo Xepa.
Cientifi camente, a neutralidade quanto
a línguas, dialetos ou usos subsiste.
Mas não socialmente, e é isso o que
me parece ainda estar sendo discutido
em torno da propalada aceitação,
pelo MEC, de erros de português.
“Erro de português” é uma expressão
que desagrada ao linguista, porque
ele não vê o fenômeno sob essa ótica.
No entanto, é assim que o enxerga
o público, mesmo o analfabeto, que
aprende pelo ouvido a distinguir o
certo do errado. Isto porque sempre
se entendeu no Brasil que ensinar português
é ensinar a norma culta, que,
durante muito tempo, foi até mesmo
ditada pelos usos de Portugal.
Quer se queira quer não - e há séculos
de formação por trás disso -, a norma
culta é tida como a correta e a única
que representa verdadeiramente nossa
língua. Sua violação é tolerada em
manifestações literárias e artísticas
de modo geral - e, assim mesmo, funciona
mais quando o intuito é obter
efeitos cômicos, ou “folclóricos”, com
essa violação. As pessoas costumam
observar a adesão à norma culta no
que ouvem e leem. Falar e escrever de
acordo com ela é socialmente muito
valorizado e resulta num poder
de que a maioria não se sente boa
detentora e ao qual todos aspiram.
Não é questão linguística, é questão
política. Não se trata de dizer aos
que desconhecem a norma culta que
a fala deles tem a mesma legitimidade,
porque não adianta, não “cola” na
sociedade. Trata-se de ensinar a esse
praticante o pleno domínio da norma
culta, a qual, mesmo tendo que absorver
mudanças, nunca abdicará de sua
hegemonia e é a de que ele vai precisar
para subir na vida.
Advertir contra o preconceito sofrido
por quem “fala errado” também
não adianta nada, diante da força
onipresente da norma culta. (Aliás,
no Brasil estamos sempre à frente e
agora legislamos sobre preconceitos
e tornamos ilegal ter preconceitos,
quando isto é praticamente impossível,
pois o possível é apenas tornar
ilegal a manifestação do preconceito.)
A fala é dos mais importantes recursos
para o que se poderia chamar
de reconhecimento social da pessoa.
Vendo alguém pela primeira vez, fazemos,
conscientemente ou não, um
julgamento automático. Aprontamos
uma fi cha mental, avaliamos a
roupa, a idade, o estado dos dentes
e, inevitavelmente, a fala, através da
qual é frequentemente possível saber
a origem e a extração social de
um interlocutor eventual. A norma
culta, a dominante, a que é ensinada
como correta, mostra sua cara imediatamente
e se refl ete logo na maneira
pela qual o sujeito é percebido e
tratado. Ferreira Gullar tem razão, a
crase não foi feita para humilhar ninguém.
Mas humilha o tempo todo. E
agora, pensando aqui nessa tirania da
norma culta, fi co imaginando se ela
não é empregada com esse fi m, por
certos fi scais dogmáticos. Não devia
ser, porque, afi nal, ela é necessária
para preservar e aprimorar a precisão
da linguagem científi ca e fi losófi ca,
para refi nar a linguagem emocional
e descritiva, para conservar a índole
da língua, sua identidade e, consequentemente,
sua originalidade. Ao
contrário do que entendi de certas
opiniões que li sobre o assunto, a
norma culta não tem nada de elitista,
é ou devia ser patrimônio e orgulho
comuns a todos. Elitismo é deixá-la
ao alcance de poucos, como tem sido
nossa política.
JOÃO UBALDO RIBEIRO é escritor

terça-feira, 7 de junho de 2011

Vídeo

Vídeos importantes de Boris Fausto
sobre o "Brasil Colonial":



A América Portuguesa nos séculos XVI – XVII.
capítulo 06

1- Etapa Inicial: 1500-1530→ Sem ocupação do território. Construção de Feitorias e Fortalezas. Economia: Exploração de Pau Brasil e escambo com os indígenas. Foco da colonização portuguesa: Oriente.

2- Pós 1530: ocupação efetiva→ Risco de perda para outras potências.
Busca de metais preciosos e plantio das primeiras canas de açúcar.

2.1- Administração do território:

- Criação das Capitanias Hereditárias:
   . colonização delegada a particulares. Sistema já testado nas Ilhas Atlânticas (assim como o cultivo da cana de açúcar).
   . Capitão donatário: autoridade máxima, com funções como as de um governador (cobrava impostos, fazia a justiça e etc)
    . Principal missão: promover o povoamento e a produção.
    . O sistema não resultou no esperado, exceto em S. Vicente e Pernambuco. Apesar disto, donatários existiram até o século XVIII.


- Criação do Governo-Geral na Bahia (1549):
   . resguardar e controlar a posse.
    . Regimento (carta que instituía os poderes do governador geral) → dava amplos poderes.
   . Com o tempo novas instituições e cargos foram surgindo (novas capitanias e governadores, ouvidores, secretários, etc.).
   . Algumas vezes o governo geral foi dividido com o Rio de Janeiro.

- Criação do Estado do Maranhão e Grão-Pará (1621)→ governo separado.
    . Diferenças econômicas entre Amazônia e Nordeste
    . Maior facilidade de contato com Lisboa que com Salvador (correntes marítimas e os ventos).

- Fundação de Vilas→ surgiam Câmaras Municipais:
   . Local de exercício do poder dos “homens bons” (elite colonial, que se apresentava como “nobreza da terra”, os grandes latifundiários pioneiros).   
   . Cuidavam da administração local, cobravam impostos, concediam licenças de comércio e negociavam com as autoridades ou mesmo com o rei de Portugal.

2.2. Economia colonial


- A relação Metrópole-Colônia é representada através das relações econômicas tipicamente mercantilistas (o “Antigo Sistema Colonial”), com a colônia servindo apenas para gerar os maiores lucros comerciais possíveis, com exclusividade metropolitana, como no esquema acima. Mas, apesar de verdadeira tal relação exploratória, podemos afirmar que houve:
  
. uma importante produção para o consumo interno (pecuária, que se desenvolveu fora da faixa litorânea e foi importante para a conquista dos “sertões”) → Interiorização da colonização, muitas vezes com o trabalho de homens livres e pobres e indo para além do Tratado de Tordesilhas.

. Plantation→ Latifúndio agroexportador, monocultor e escravista. Havia outros tipos de unidade produtiva e por vezes as plantations tinham uma pequena parte com produção diferenciada (ex. mandioca para consumo da fazenda/ dos escravos→ brechas para produção de subsistência nas plantations escravistas).
 . brechas nas relações comerciais (como o contrabando);
    
. comércio intracolonial: trocas entre América (açúcar e cachaça), África (escravos e especiarias) e Ásia (especiais e tecidos)).      

Engenho de açúcar - nordeste (século XVII)

A América Portuguesa – Séculos XVI e XVII - economia e sociedade.

1- O caráter missionário da colonização→ Expansão da fé católica
   . Atuação dos Jesuítas→ defesa contra a escravização indiscriminada e exploração dos indígenas (em aldeamentos) pelos padres.
   . Mas, o escravo indígena existiu largamente, principalmente no século XVI: a “guerra justa”→ contra os indígenas que não se aldeavam e assim podiam ser escravizados.

2- A Escravidão Africana: razões para sua adoção
  .  Plantation: Necessidade de mão de obra→ pouca população portuguesa (além das terras disponíveis para estes produzirem independentemente na América)
  . Posição da igreja contra a escravização indígena
  . Inserção dos comerciantes portugueses (ou “brasileiros”, “africanos” e outros da Europa) no comércio de escravos.
  . Escravo: presentes em larga escala no reino. Escravidão também justificada pela cristianização dos pagãos.
  . As diferentes faces da escravidão→ da violência indiscriminada as relações de lealdade. As hierarquias dentro das senzalas→ diferenças étnicas que permaneciam na América.



4- A União Ibérica (1580-1640)→ Portugal dominado pela Espanha.
4.1- Sem efeito o Tratado de Tordesilhas→ facilitação do avanço para o interior pelos portugueses, fortalecendo a prática dos pecuaristas.
4.2- Inimigos da Espanha sobre as possessões portuguesas→ Invasão holandesa na Bahia (1624-1625), Pernambuco (1630-1654) principal área produtora de açúcar, e nas possessões orientais e africanas.
4.3→ Holandeses em Pernambuco: protestantes→ a “liberdade religiosa”. As alianças com os indígenas. A “insurreição Pernambucana”→ Guerra entre grupos portugueses, holandeses, indígenas e negros.
4.4→ O socorro das elites americanas às praças africanas e a baixa iniciativa do reino português (pacto de não agressão com a Holanda).
4.5 → A insatisfação dos colonos;

A Insurreição Pernambucana - Pintura de Victor Meireles (1831-1903)

5- Formas de interiorização da colonização→ a busca das “drogas do sertão” (Amazônia), a pecuária e os bandeirantes (busca por indígenas e por minas).